Associação promove o intercâmbio sócio-cultural entre os membros das famílias, para manter a cultura e as tradições dos antepassados.
Vai alle descrizione di Fastro
A história de Fastro, da última glaciação a hoje.
Fastro é um pequeno e belo vilarejo, cercado de muitas belezas naturais e,
é em meio a esta região montanhosa da Itália, distante há apenas 45 Km de Belluno
(capital daquele Estado), na região do Vêneto, no norte da Itália.
Os primeiros habitantes de Fastro estabeleceram-se na região dos vales de Arsiè,
logo depois da última Glaciação, há cerca de 10.000 anos atrás.
Eles eram provenientes do Trentino através da localidade de Cima Campo.
O núcleo inicial de cabanas se formou em Mellame, que depois se expandiu até
o local conhecido como Solivi (acredita-se que era porque ali encontravam-se
os raios do sol), em Fastro.
Os habitantes, sobreviviam da caça e da pesca, perto do rio Brenta e, permaneceram
ali, praticamente sem serem perturbados até que, por volta do ano de 200D.C chegaram
os Romanos que construíram
a estrada que liga Feltre-Arsiè-Primolano-Trento.
A região do vale de Fastro ficou conhecida como "fagastra", ou seja,
"lugar de faias", porque ali existiam muitas árvores cujo nome em latim
é Fagus Sylvatica, no qual o nome Fastra, originou seu nome atual que é Fastro.
Após a queda do império Romano, no ano de 476, a região de Fastro ficou sob o domínio do imperador Teodorico mas, depois foi reconquistada por Narsete (Império Romano do Oriente- 535) que ordenou a construção imediata de muralhas para bloquear as estradas, dentre elas a do Castelo de Escada (onde ainda hoje são visíveis as muralhas e as duas pedras verticais. Esta situa-se perto da localidade de Minori. Mas, no ano de 568, os Longobardi chegaram perseguindo Narsete. Os habitantes foram submetidos a uma invasão bárbare pois estes começaram a alojar-se nos castelos onde habitavam as famílias proprietárias da região (dentre elas, o castelo de Tol, que depois tornou-se parte do brasão do município).
Já no ano de 774, Carlo Magno derrotou os Longobardi e introduziu o sistema feudal mas, conservou os usos e costumes locais. Ele determinou que, no que diz respeito às taxas impostas pelo rei, em um terreno de propriedade do Estado, ocorreria o seguinte: Todas as terras que não seriam de propriedade de ninguém (isto é, florestas e parte dos cumes das montanhas) que seriam de uso das pessoas nativas (habitantes que nasceram naquele lugar), eram geridas por ele, estabelecendo regras (regras estas que deram origem à propriedade comum pública). Depois da morte de Carlo Magno, o seu império caiu e, Fastro e toda a região do Feltrino virou mercadoria de escambo (troca) na luta entre os vários senhores feudais locais que se revezavam (Conde de Tirolo, Carraresi, Visconti, Scaligeri etc ...) Uma coisa temos como premissa: a todos interessava o Castelo da Escada que fazia divisa com a cidade de Feltre, por dois motivos:
Mas, no ano de 1388 os viscondes de Milão apoderaram-se do Feltrino e tranferiram para Bassano del Grappa a propriedade do Castelo da Escada e também uma parte de Fastro que por isso foi chamado de Fastro Bassanese.
Em 1404, a cidade de Veneza, de propriedade dos Visconti, mantém tal situação
que depois tronou-se definitiva, por isso, já faz bastante tempo que ocorreu
a divisão entre as duas províncias de Belluno e de Vicenza.
Sob o domínio da cidade de Veneza, a situação econômica melhorou o
que se refletiu no fato de que as cabanas começaram a transformar-se
em casas de pedra e Fastro tornou-se maior com a localidade de Pusterno
e com as casas do fundo do vale, à beira da estrada.
A primeira igrejinha foi construída no ano de 1730, no início da
estrada do Solivo que porém, pouco tempo depois, no ano de 1748
foi destruída por uma enchente. No seu lugar foi construído um capitel.
Em 1754 foi construída a nova igreja que ainda é a atual.
Depois do trânsito intenso de pessoas naquele período de
conflitos militares e inclusive, das Guerras Napoleônicas
(1796-1813), no ano de 1815, Fastro passou a ser de domínio
da Áustria (Reino Lombardo-Vêneto) até a derrota da Áustria
na 3ª Guerra da Independência (1866), tendo como conseqüência
o fato de que a região do Vêneto passou a fazer parte do
recém-constituído Reino da Itália.
Cabe aqui recordar que durante a 1ª Guerra de Independência, em 08.05.1848, os austríacos realizaram uma manobra/operação diferente sobre Fastro, o que levou o comandante da repartição que bloqueava o vale do Piave de Brenta, a cometer um engano, posicionando-se ali, com uma parte da sua tropa. Com isso, os austríacos puderam forçar uma passagem ao longo do vale do Piave e, assim chegaram aos lugares de planície (planos) vencendo a guerra. Na ocasião do conflito, a canônica (local onde habitava o padre) de Fastro foi incendiada, tendo como conseqüência direta a queima de muitos documentos importantes que foram perdidos para sempre (fator este, que dificulta ainda hoje, a busca de dados sobre antepassados).
O governo italiano não se preocupou e fechou os olhos para a enorme pobreza e a situação de miséria que tomou conta de Fastio, nem procurou melhorar a vida das pessoas. O resultado deste descaso das autoridades para com a população foi que, em 1875 quando o Brasil começou a pedir mão de obra, o governo favoreceu a emigração. Em 1876, uma parte da população de Fastro, emigrou juntamente com o padre de Fastro, Don Domenico Munari, e foram instalar-se no Estado Do Rio Grande do Sul, ao sul do Brasil, nas redondezas da cidade de Bento Gonçalves (localizada na serra do RS, distante 200 Km de Porto Alegre, a capital do Estado).
Alguns anos depois, em 1884, temendo que a Áustria pretendesse recuperar o
Lombardo-Vêneto e para isso, invadir a Itália, o Governo Italiano projetou
uma cadeia de fortificações dentre eles o Forte del Tombion, Tagliata Scalla,
Col del Gallo, Cima Campo e Cima Lan, com numerosas trincheiras/barricadas
civis interligadas, dentre elas, a linha ferroviária Bassano-Primolano (1910),
o aqueduto da Val del Grigno, as estradas militares Fastro - San Vito -
Col del Galo - Fornace - Mellame - Cima Campo.
A exigência de grande empenho por parte da mão-de-obra na construção dos fortes
fez com que o processo de emigração fosse paralisado mas, pouco tempo depois,
a Itália se viu envolvida na Grande Guerra que tantas lutas e destruição deixou no país.
No período que se sucedeu, não houveram mais fatos de particular importância. Porém, a partir dos anos 70, a evolução na gestão econômica da agricultura e a maior remuneração no setor industrial foram progressivamente forçando o fim das pequenas empresas familiares e, com isso, o abandono da agricultura. Ocorreu também, a redução da população que hoje atinge níveis preocupantes (deve-se levar em conta o fato de que hoje na Itália, muitos casais casam-se mas não querem ter filhos e, em algumas regiões, recebem inclusive incentivos financeiros do governo para que tenham mais filhos).
Será que Fastro está condenada a virar um museu?
Data da última atualização: 01/09/2006