LA FAMIGLIA DALL’AGNOL Órgão oficial da Associação das Famílias Emigradas de Arsië Ano 2 - nr.3 - Gennaio/1997 |
Tiragem : 1.500 exemplares. Preço US$ 2,00 sócios - US$ 5,00 não sócios Rua Domingos Martis, 111, cj1-B - Canoas, RS - Brasil - CEP 92.010.170 Editor Responsãvel : Egidio Dall´Agnol Tradução : G.Ivo Dall´Agnol - Pádova |
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ÍNDICE - PORTUGUES |
ÍNDICE - ITALIANO |
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O 3o. Encontro realizou-se nos dias 30/11e 01/12/96, em Veranópolis, RS.Este encontro destacou-se pela organização e pelos resultados.A ausência de representantes da ltália que estavam com passagem comprada para vir mas que tiveram que cancelar sua viagem devido a um acidente automobilístico, foi compensada pela emocionante
carta enviada pelo Dario, a qual está transcrita na íntegra nas últimas páginas.
A placa, colocada no lote onde se instalaram os irmãos Antonio, Abramo e Bortolo Dall'Agnol que chegaram em Vila Azul na companhia seu pai, o patricarca dos Mariani, Mariano Dall'Agnol (Sonaor) em março de 1886 foi descerrada às 9:30 h do dia 01 e contém as seguintes inscrições :
"Em 1886, instalaram-se neste local, nas colônias 62, 63 e 64, os irmãos Antônio, Abramo e Bortolo Dall Ágnol, do grupo Sonaor-Mariani, procedentes de Fastro - Itália. Eles e sua numerosa
descendência ajudam a construir uma nova Pátria.
Homenagem de seus descendentes e da Associação Dall´Agnol
Vila Azul, Veranópolis, 01/12/1996 "
Este encontro pode ser considerado como o mais bem organizado e que melhores resultados financeiros apresentou.Os participantes não chegaram aos 1.200 de Nova Prata.Tivemos em torno de 700 pessoas presentes. Algumas coincidências de eventos contribuíram para este número. Em Nova Prata, por exemplo, no mesmo dia ocorreu a festa na Capela Na. Sra. da Saúde. De qualquer forma, apesar de o número não ser o esperado, a qualidade do encontro pode ser considerada como excelente. A Comissão Organizadora que merece os parabéns foi assim composta :
Coordenador : Joanir C.Dall'Agnol Grimma
Nicanor Mattielo
Valentim Dall'Agnol
Reni Caron
Argelindo Dall'Agnol
Antônio Pedro Dall'Agnol
No sábado à tarde, começaram a chegar os visitantes vindos
de locais mais distantes. Desta vez não tivemos a presença
da Rosane de Pimenta Bueno, Rondônia. Muita gente nova, entretanto, apareceu. De Xaxim, de Piçarras, S.Lourenço D'Oeste, de
Erexim.
CARREATANo domingo, as atividades iniciaram com a carreata, trazendo
a Madonna Dall'Agnol de Nova Prata para Vila Azul.
Veranópolis foi acordada pelos morteiros que saudaram a
chegada da imagem.
A PLACA
A 1a. parada foi na casa de Egídia Dall'Agnol, já em Vila Azul.
Naquele local foi inaugurada a placa comemorativa à chegada
dos Mariani no Brasil.
A MISSA
Logo após esta cerimônia, todos se deslocaram para a frente da
Capela de Vila Azul, onde foi celebrada uma missa campal
pelos Freis Wilson Dall'Agnol e Sílvio Dall´Agnol
GRAÇA RECEBIDA
Terminada a missa, Frei Sílvio pediu que o Sextílio Dall'Agnol,
de Nova Prata, subisse ao altar e contasse o que lhe aconteceu. Sextílio assim narrou o sucedido :
" no ano passado fui a Paraí com o Waldomiro, buscar a estátua da Madonna. Vim sentado no banco de trás, carregando-a no colo. Após isto, minha perna que não curava nunca de um grave problema que eu tinha, começou a sarar e hoje estou curado. "
REUNIÃO DO CONSELHO CONSULAR DA ASSOCIAÇÃOConcluida a missa, realizou-se no interior da Capela, a reunião do Conselho Consular. Presentes 19 conselheiros, as principais deliberações foram as seguintes:
- aprovação da prestação de contas do exercício anterior
- reeleição do atual Presidente para mais um mandato
- realização da rifa de um carro
- os encontros passarão a ser de dois em dois anos, sendo o
próximo em 1998, em Concórdia, SC.
O Presidente da Associação esteve em dezembro último viajando para a itália por razões profissionais e aproveitou para visitar Fastro. De lá trouxe algumas noticias interessantes .
RUA DE FASTRO HOMENAGEIA OS EMIGRANTES : durante a visita de abril /96, foi assinado pelas Câmaras de Vereadores de Arsiè e de Cismon del
Grappa , a decisão de dar o nome de Via La Grande Emigrazzione a uma
rua de Fastro. Durante a próxima visita será feita a inauguração.
RECONCILIAÇÃO ENTRE AMIGOS : O Comite de Fastro informou que, por ocasião da visita do 1o. grupo brasileiro em março/abril de 1996, a alegria do pessoal de Fastro e Arsiè foi tanta que duas pessoas que não se falavam há 15 anos fizeram as pazes durante a festa de Páscoa no Capanone.
VISITA AO PREFEITO DE ARSIÈ : em Visita oficial o Presidente da Associação reuniu-se com o Prefeito de Arsiè. Na ocasião foram
tratados os seguintes assuntos :
- Acordo de cidades gêmeas entre Arsiè e Nova Prata
- Criação de um "site" na Internet, para colocar informações sobre todas as famílias de Arsiè e de seus descendentes no Brasil. Este assunto terá, provávelmente, o apoio da Universidade de Pádova através do Prof. Schiavutta,
- Arquivo da Prefeitura : O Presidente da Associação solicitou ao Prefeito que seja organizada a parte antiga do arquivo pois contém dados preciosos para pesquisas. O Sr. De Nale informou que já solicitou verba para isto e para construir uma sala para as reuniões da Câmara de
Vereadores.
Visita ao Itis
Dando continuidade a entendimentos iniciados em abril/96, realizou reunião no lTlS, em Feltre, com o Presidente daquele instituto, lng.
xxx e com o Prof. Schiavutta, Chefe do Depto. de Física Galileo Galilei, da Universidade de Pádova. Na ocasião o Presidente entregou ao Prof. Schiavutta, proposta formal de intercâmbio técnico cultural entre entidades de ensino brasileiras e aquela Universidade.
Roma : na cidade eterna, O Presidente Cumpriu dois compromissos. O primeiro foi de visitar o Comendador Cibin, chefe da guarda do Vaticano, pessoa que concedeu ao primeiro grupo de brasileiros local privilegiado quando da visita ao Papa.
O segundo compromisso foi de negócios na FINSIEL, principal grupo italiano da área de Informática. Na ocasião foi acompanhado pelo Dário e por seu irmão Gian lvo que trabalha e mora em Pádova.
A HISTÓRICA FELTRE : durante esta última Visita, O Presidente pode fazer algumas pesquisas em sua incessante busca de informações sobre a Família. Em Feltre foi conduzido pelo Prof. Gazze, estudioso e conhecedor do assunto que gentilmente dispendeu uma tarde inteira de seu tempo servindo de guia para nosso Presidente.
Este espaço é dedicado a cultivar uma das mais belas tradições trazidas da ltália para o Brasil - o dialeto Vêneto) Abaixo publicamos a 1a., de duas partes, contribuição de Dário Dall'Agnol, de Fastro, Arsiè.
NOITE DE MEDO
Estoria verdadeira ocorrida em Fastro, escrita por Jaco Titela Giacomo Dalle Mulle.
Jaco Titela, nasceu a 3 de novembro de 1894 no Solivo de Fastro, em uma família tão pobrezinha. Aos 12 anos foi para a Suíça com seu pai, depois para a França e para a América. Em uma mina, aos 18 anos, quebrou a coluna vertebral e ficou paralítico. Retorna a casa, em uma cadeira de rodas, põe-se a estudar e depois a escrever livros, poesias e estorias.
Morreu a 17 de setembro de 1974, no Hospital para grandes inválidos de Santorso, perto de Maróstica.
NOITE DE MEDO
PRIMEIRA PARTE
Chovia contínuamente naquela noite entre primeiro. e dois de novembro. Parecia que também a noite dos mortos quisesse chorar junto com as orações que se dizia dentro das casas, com as portas fechadas, cada um para recordar
os seus mortos que, conforme diziam nossos velhos : "esta noite eles saem do cemitério e vão espiar nas janelas para ver se, ao menos esta noite, qualguém se lembra deles . E, enquanto o sino toca finados, para que se recorde que ,
para onde foram eles, todos haverão de ir."
E justamente naquela noite, Toni de **** ( Os nomes não são os verdadeiros, para não dar a conhecer as pessoas, porque se trata de algo que aconteceu verdadeiramente), que estava com pneumonia há diversos dias e que estava sempre piorando, tinha começado aquela última resistência para viver, que é a agonia.
A Togneta, que não tinha se afastado de perto dele todo o dia, tinha compreendido como estavam as coisas e chamou sua filha.
-"Vai até ali no Pedro -disse em voz baixa - e diga que ele vá chamar o padre "
A menina fez sinal que sim com a cabeça, sem dizer nada. E então, com o medo que ela tinha de sair para fora de casa naquela noite, com os sinos que tocavam finados e com seu pai que já estava morrendo, ela abre a porta e vai lá fora, no paiol. Procura olhar em volta, mas não enxerga nada, porque era escuro como nunca. Apalpando ela desce a escada; e, sempre apalpando, fora ao longo da parede para não pegar chuva, chega até a porta do Pedro.
Mas a porta estava fechada e a janela também; e pelas frestras não se via nenhuma claridade e não se ouvia ninguém conversar.
Então ela bate na porta uma, duas, tres vezes. Nada. Teve que tomar coragem e chamar : "Pedro, Pedro ! ". Nada.
Não sabendo mais o que fazer, põe-se a bater na porta, quase derrubando-a, e virando-se para trás de vez em quando, para ver se havia algum morto que chegava.
Finalmente ela ouve uma janela abrir- se e a voz chateada de Pedro:
-" Tem que gritar tanto em uma noite como esta?"
-" Sou eu. Tem o meu pai que, temo que ele está morrendo.
Minha mãe disse que tu deves ir chamar o padre."
E , em seguida, sem esperar resposta porque tinha medo que ele lhe dissesse que não, retorna caminhando e apalpando ao longo da parede.
-"Logo esta noite - reclama Pedro virando-se para a mulher que se havia sentado na cama para ouvir o que havia.
Não faltava nada; ele se veste e abre a porta. Lá fora não se enxergava nada, parecia uma tenda negra na frente dos olhos. E os sinos que tocavam e, quem sabe, os mortos -que circulavam.
Ele se vira e diz à mulher : " tu poderias vir também, junto comigo."
A mulher que tinha mais medo que ele, mas que não queria que ele notasse, respondeu : " Para ir até a canônica? Tu não estas com medo!" - e ela voltou para debaixo das cobertas, puxando o lençol até cobrir a cabeça.
Ao Pedro não restou alternativa que ir sózinho.
Ele parte, apalpando desce as escadas, começando a dizer seu "requiem eterne".
Para chegar na canônica ele devia andar para baixo pela estrada das Fosse, menos que um quilômetro de estrada de terra, com arbustos nas laterais e algumas árvores.
Mas, naquela escuridão e com aquela chuva, ele não conseguia ver nada. Ele só ouvia o rumor das gotas que batiam sobre o gramado e aquele sino que passava por cima do ruído da chuva.
Ele tinha que caminhar devagarinho, para enxergar a estrada e não trocar as pernas. Ele só conseguia ver um pouquinho do branco das pedras, porque os arbustos escuros se confundiam com a escuridão da noite.
Mas quando ele chega lá embaixo na curva da rua das Fosse, abaixo da esquina, de repente ele ouviu os ramos de um arbusto mexerem-se como se alguma coisa os quebrasse e viu sair uma coisa preta, gorda, grande, que se colocou no meio da estrada, dois passos adiante.
FINAL DA ESTÓRIA NO PRÓXIMO NÚMERO
LETTERA APERTA PER IL TERZO INCONTRO DELLE FAMIGLIE DALL´AGNOL - Dario Dall'Agnol
Fastro, Arsie, 30 novembre - 1° dicembre 1996
Questa lettera aperta è indirizzata a tutti voi, Dall'Agnol e famigliari presenti a questo terzo incontro delle famiglie Dall'Agnol.
E' una lettera con la quale spero di farvi sentire la nostra presenza, che quest'anno purtroppo non è potuta essere di persona, a causa di molti e diversi problemi che ce lo hanno impedito. Sarebbero dovuti venire Sisto Dall'Agnol e suo figlio Flavio, ma a causa di un incidente automobilistico sono stati costretti a restare in Italia.
Ma un nostro nuovo incontro è soltanto rinviato, perché stiamo già raccogliendo le adesioni per il 1997.
Ma con questa lettera voglio anche ricordare gli eventi accaduti in quest'ultimo anno, eventi entrati ormai a far parte della storia delle nostre comunità di Fastro e dei suoi figli emigrati in Brasile. Voglio ricordare le persone che mi hanno accompagnato l'anno scorso: ZANCANARO Wally, consigliere comunale di Arsiè; DALL'AGNOL Daniele; DALL'AGNOL Teresa con il marito Antonio ZEN; e poi BASSANI Saverio; BRANDALISE Cecilia; BRANDALISE Stefania; e ZANCANARO Vania.
Quando siamo giunti a Porto Alegre, ed Egidio ci ha presi in consegna, siamo passati di momento in momento a continue, gradite sorprese, per noi nuove e inaspettate. Abbiamo conosciuto la sua famiglia, la madre Speranza, la moglie Rosa, i figli Susanna e Rodrigo, i suoi due fratelli.
Abbiamo avuto in omaggio le prime copie, ancora umide di inchiostro, del suo libro: "NOVA FASTRO E A FAMILIA DALL'AGNOL", in cui egli racconta il suo viaggio a Fastro e ricostruisce la storia della sua famiglia, i Mariani; libro che abbiamo portato a Fastro e fatto conoscere.
Poi abbiamo assaggiato per la prima volta il "surrasco"; visitato Canoas e Porto Alegre. Siamo stati ricevuti dal Signor Presidente della Camera di Commercio di Canoas, Ricardo Brandalise, di cui abbiamo conosciuto anche la sorella Rosaly; poi dal Signor Sindaco di Canoas, e siamo stati invitati a pranzo al Rotary Club.
Abbiamo bevuto una quantità inusitata di "cafesiño", e infine siamo partiti da Canoas per Bento Gonçalves - Caxias - Nova Prata.
Abbiamo subito cominciato a incontrare segni della presenza dei nostri compaesani, a partire da un autocarro della Ditta F.lli Saccaro di Ana Rech, famiglia proveniente da Arsiè, e con la quale avevo già avuto scambio di corrispondenza alcuni anni fa.
Abbiamo visto il monumento all'emigrante, che dimostra la grande sensibilità dei Brasiliani verso l'apporto degli emigranti alla costruzione del loro Paese. Abbiamo visto che il vostro territorio ricorda molto da vicino il nostro, sia per la conformazione che per le quote delle montagne, dense di foreste e ricche di corsi d'acqua, al di qua e al di là del fiume "delle antas".
Abbiamo visto la ricostruzione del villaggio dei primi emigranti a Caxias, riascoltato la vita degli emigranti appena arrivati nel "barracón".
A Bento Gonçalves abbiamo cercato, alla Chiesa di S. Antonio, la tomba di Don Domenico Munari. Grazie alla cortesia del parroco e della responsabile dell'archivio Comunale, Sign.a Assunta DE PARIS, abbiamo potuto vedere i registri parrocchiali e fotocopiare l'annotazione della morte e sepoltura di Don Munari. Sarebbe bello che le spoglie del parroco che ha guidato i nostri bisnonni nella prima emigrazione potessero trovare una adeguata collocazione e un perenne ricordo!
Siamo andati a fare un assaggio alla "Vinicola Aurora", perché sarebbe stata un'offesa ai nostri antenati non rendere omaggio alla tradizione vinicola che da Fastro ha attecchito anche in Brasile !
Guidati dall'amico Sergio Croccoli, la cui nonna era una Dall'Agnol dei "rossi campanèr" di Fastro, siamo poi passati a vedere la "Casa di pietra", e rievocato la vita dei nostri emigranti nei primi tempi della loro vita in Brasile.
E abbiamo poi visitato la redazione del "Correio Riograndense".